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Dia desses, conversando com João Guilherme Ripper, diretor da Sala Cecília Meireles, ele me contou um episódio incrível que ilustra muito bem os bons frutos que a convivência entre a cultura clássica e a cultura popular pode trazer e ilustra também como um administrador artístico de visão ampla pode transformar as coisas. O episódio aconteceu em 2002, na França.
A Opera National de Lyon havia passado por uma reforma pouco tempo antes, que deixou a construção do século 18 novinha em folha. Uma lateral externa do prédio, na área da rua, passou a ser freqüentada pelo Pokemon Crew, um grupo de breakdance, aquela dança que Michael Jackson tanto popularizou. O chão liso, o lugar com espaço, limpo, transporte público farto era tudo que os garotos precisavam para treinar suas coreografias. Eles estavam se preparando para um campeonato nacional. Acontece que esse tal local era junto do café do teatro e era comum os freqüentadores reclamarem daquela garotada dançando break e perturbando a ordem clássica das coisas. Eles detestavam aquela companhia.
Aí que entra o tal gestor artístico de visão ampla. No caso, o francês Serge Dorny. Quando ele assumiu seu posto na Opera de Lyon, deparou-se com esta questão do enxame dos garotos do break e o conflito com os espectadores da casa. Quando Dorny assumiu a direção artística da casa, ficou intrigado porque o grupo havia escolhido justo o lado de fora da ópera para treinar as coreografias de break e porque ninguém da casa havia ainda ido falar com eles.
Serge Dorny convidou o grupo a entrar no teatro e treinar nas salas de ensaio da ópera durante os meses de verão, quando os artistas da casa estavam de férias e as instalações vazias. Os garotos do Pokemon Crew foram tratados como artistas profissionais, com condições de trabalho profissionais. Isso fez grande diferença na carreira do pessoal do break. No inicio, ambas as partes estavam desconfiadas se a coisa daria certo. Acontece que dois meses depois, o grupo ganhou o cmapeonato francês e são hoje grandes na França. Pouco tempo depois, o Pokemon Crew foi convidado a montar , junto com o balé da Opera de Lyon, os Sete pecados capitais de Kurt Weill e Bertold Brecht. Pessoal de break não estava acostumado com o rigor dos ensaios estruturados. E os bailarinos não estavam acostumados com o jeito indisciplinado do pessoal do break ensaiar. Mas o espetáculo deu cerrto e foi um sucesso. Essa relacao artística levou o Pokemon Crew a ganhar o cameponato mundial de hip hop. A organiacao adquirida com a convivência com os artistas da de Lyon fez toda a diferença. Viva a visão ampla de Serge Dorny!
domingo, 27 de fevereiro de 2011
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assisti o filme ela dança eu danço,fala sobre a mistura de clássicos e a dança de rua,mistura estranha no começo mas que no fim ficou muito legal.
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