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Embora o mundo da música clássica seja muitas vezes associado a um ambiente que foge de mudanças e haja mesmo uma forte inclinação ao tradicionalismo, a inovação tem sido algo cada vez mais valorizado nos clássicos. Me parece natural e até mesmo esperado que seja assim. É a partir de inovações que a indústria cultural dá muitos de seus saltos...e, se formos considerar a arte em estado puro, o que o artista busca, em última instância? Inovar, romper como estabelecido, imprimir sua marca única e pessoal. Sempre penso em o que seria de muitos setores na economia, como as indústrias farmacêutica ou automobilística, sem o investimento em inovação. Esses setores investem pesado em testar novidades.
Já na indústria cultural, as regras do jogo parecem ser outras. No que diz respeito à importância da inovação, o reconhecimento existe, já sabemos. Mas o grau de investimento em inovação é reduzido quando comparado a caminhos conhecidos. É assim no cinema, na literatura, na música pop e na música clássica. Quando há venda de ingressos ou medição de audiência envolvidas, o conhecido costuma sair sempre na frente do novo.
A necessidade da música clássica se recompreender na sociedade anda de mãos dadas com uma atitude de inovação. Seja para ocupar um papel mais amplo na comunidade em que está inserida (não se posicionando apenas uma fornecedora de concertos em teatros para uma parcela pequena da população), seja na busca de novos caminhos para alcançar públicos que ainda não conhecem o universo musical clássico.
Achei interessante saber os motivos que levaram a soprano americana Renée Fleming a aceitar o convite para ser consultora criativa da Ópera Lírica de Chicago. Ela fica nesse cargo até 2016. Convenhamos: sendo uma artista tão requisitada, René Fleming tem agenda de concertos muito cheia e não deve exatamente sobrar tempo para ocupar com tarefas além de cantar. Ela aceitou a posição de consultora criativa porque envolve desafio e....inovação. Ela disse o seguinte quando da sua indicação: “Fiquei encantada com a possibilidade de realmente implementar mudanças no mundo da ópera, começando por Chicago”.
Se Renée Fleming fizer uma consultoria artística à altura da extensão de seu fôlego e da perfeição de sua voz, é bom mesmo começar a prestar atenção especial às inovações que vão começar a aparecer na Ópera Lírica de Chicago. Ainda bem que existe internet pra acompanhar tudo.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
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