domingo, 27 de fevereiro de 2011

La Scala de Milão quer público com menos de 30 anos

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Se o frequentador de música clássica costuma ter alto grau de assiduidade nos espetáculos, o que dizer então dos que compram assinaturas para o ano todo? Estes são os que apresentam maior grau de fidelidade, é um público tido certo nas temporadas das orquestras e nas séries internacionais. Entre os que já conhecem e freqüentam o circuito de clássicos, a compra de assinaturas é uma prática bastante difundida. Mas este tipo de relacionamento de longo prazo entre organizadores e freqüentadores habituais de concertos não se aplica ao público novo, que não tem ainda hábito de assistir a música clássica ao vivo e, por isso, nem pensa em se comprometer ao longo de todo um ano e, ainda por cima, arcar com pagamento adiantado da assinatura. Como se faz então para estimular que novas platéias, especialmente a turma jovem, experimente comprar uma assinatura e inclua uma sala de concertos na sua rotina cultural? Muitas instituições musicais pelo mundo buscam uma resposta pra essa pergunta com jeitão de charada.

Achei ótima a proposta do Teatro alla Scala de Milão, “o” principal templo da ópera e do canto lírico na Europa, que também oferece concertos sinfônicos e balés em sua programação regular. O Scala de Milão agora tem um programa especialmente voltado para o público com menos de 30 anos. O projeto tem um nome em inglês, não entendi bem o porquê, mas....Chama-se La Scala Under 30 – Scala com menos de 30. Sabendo que o público jovem é afeito a uma adrenalina, o slogan do programa é “Não há mais obstáculos entre você e a sua vontade de viver fortes emoções. O mundo do Scala é seu. Viva-o!”. Outra frase usada nos materiais do programa é “o protagonista é você”, que me parece muito em sintonia com a necessidade que os jovens têm cada vez mais de customizar as suas vivências. O Scala disponibiliza um passe só para os menores de 30 anos que dá direito a condições especiais na compra de ingressos e assinaturas, os descontos podem chegar a 80%, além de possinilitar visitas guiadas, happy hour com artistas que se apresentam na casa, ofertas na loja do Scala e alguns brindes.

São tantas as vantagens para seduzir o jovem italiano com menos de 30 anos a freqüentar o Scala de Milão, que o programa tem um rígido controle de uso, pra evitar que os bilhetes sejam comprados por jovens e revendidos a freqüentadores habituais.

2 comentários:

  1. Pois, é, Heloísa, se eu morasse em Milão, eu faria a assinatura. Se eu morasse no Rio, em Sampa ou em BH, também.

    Agora, como estou fora dessas três cidades acima, dependo de conseguir folga para viajar para ver os concertos do Sudeste.

    Assim sendo, adoraria que tratassem quem tem de comprar à distância, e por espetáculo, com mais consideração, vendendo antecipadamente, como vendem as séries.

    Em todo caso, concordo, a proposta do Scalla é genial mesmo.
    Um beijo,
    Eliane.

    No momento, eu adoraria já estar com o meu ingresso para o concerto de Dudamel, mas, por enquanto, só estão vendendo a série. Temo que isso me impeça de conseguir o ingresso.

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  2. Além disso, o Teatro alla Scala tem um compromisso histórico, Milão é um centro de tradicional de formação musical. Seria bacana que os centros musicais mais fortes do Sudeste adotassem a mesma postura.

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