domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ópera em alta nos palcos da Inglaterra e da China

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Se aqui no Rio, já faz um tempinho que a temporada de ópera acostumou-se a uma certa timidez de títulos e as projeções de montagens líricas estrangeiras vem conquistando cada vez mais adeptos, há pelo menos dois países em que a ópera está atravessando um de seus melhores momentos.

Na Inglaterra, por exemplo. Dias desses, li uma reportagem publicada em jornal inglês sobre o bom momento do gênero naquele pais. A matéria citava um número impressionante: foram necessários poucos anos para o número de companhias operísticas pular de 30 e poucas para quase duzentas. Incrível esse número, não? Outro fato destacado no tal artigo era a produção da comédia romântica inspirada na ópera “Cosi fan tutte”, de Mozart. “First Night” é o titulo do filme. A produção já estava finalizada quando eu gravava este comentário e aguardava seu lugar na extensa fila de lançamentos cinematográficos na Europa. A trama? Executivo rico resolve organizar uma montagem particular de “Cosi fan tutte” na sua casa de campo. O produtor, Steven Evans, é o mesmo do filme “Henrique V”, com Kenneth Brannagh no papel principal, fita cujo sucesso inspirou vários outros filmes baseados em peças de Shakespeare. Ou seja, esse produtor é alguém de dedo verde quando se trata de facilitar o acesso a clássicos da cultura mundial. Pelo jeito, deve vir um filme bacana por aí. Tomara que não demore a chegar ao circuito brasileiro.

E na China, acontece um verdadeiro boom em termos de ópera. Crescimento quase tão rápido e ambicioso quanto o crescimento da economia do país. Alguns indícios recentes desse boom? Em Xangai, é esperada a estréia da tetralogia de Wagner, “O anel do nibelungo”. Em Pequim, a abertura do Guangzhou Center for the Performing Arts custou mais de 200 milhões de dólares e a última edição do Festival de Música apresentou três óperas, sendo duas delas de compositores chineses. E ainda o rograma “I Sing Beijing” financiado pelo governo chinês, visa atrair jovens cantores americanos para um treinamento intensivo em chinês como idioma lírico. Novos teatros de ópera, governo rico determinado a ser uma potencia cultural mundial, milhões de jovens talentos saindo dos conservatórios locais, novas platéias ansiosas para conhecer mais sobre ópera. O futuro da ópera e da música clássica passa mesmo pela China.

Um comentário:

  1. Resta desejar que a ópera e a música clássica em geral sensibilize o rico governo chinês, para a democracia, a boa gestão ecológica...

    É um alívio e tanto saber que a música clássica vai bem pela China.

    Abraço,
    E.

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