foi anunciado hoje que a prefeitura do rio de janeiro manterá a cidade da música fechada até 2010. o site vivamúsica! publicou notícia a respeito.
do jeito que o prefeito eduardo paes vinha tratando o assunto desde sua eleição ano passado, com doses absurdas de silêncio, a atitude não pega ninguém de surpresa.
a minha surpresa fica por conta da falta de mobilização da população interessada e da classe musical em torno de uma atitude. alguma atitude. qualquer atitude.
senti isso em 9 de novembro de 2008, quando visitei as obras do complexo cultural e tirei a foto abaixo, que mostra a vista do que será (seria?) uma das salas da orquestra sinfônica brasileira. a osb tem (tinha?) área equivalente a um pequeno prédio de seis andares.
na época, impactada com a primeira visita à obra realmente monumental - de fato, monumental demais para cidade repleta de chagas como o rio de janeiro - fiquei com a impressão que faltava mobilização, empoderamento, sei lá o que. atitude.
aqueles 90 mil metros quadrados foram erguidos e estão lá, fincados na barra da tijuca. são patrimônio da cidade e de seus contribuintes. em especial, dos contribuintes que reconhecem equipamentos culturais enquanto ferramenta de construção de identidade social.
uma obra com recursos 100% públicos na ordem de R$ 500 milhões pode simplesmente ser creditada como loucura de governante em final de governo... e arquivada, sem qualquer discussão com a sociedade? seu único destino é permanecer abandonada, semi-concluída, ao relento?
e nada de atitude?
segunda-feira, 23 de março de 2009
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Embora seja quase que certo que houve superfaturamento nessa obra, o fato é que 500 milhões já foram gastos, independentemente do que se faça agora. Ora, sabendo disso, e sabendo da importância de investimento na cultura como ferramenta social, resta ao nosso prefeito arcar com a responsabilidade que já é dele: preservar o patrimônio que já existe, e prosseguir com a obra de maneira mais responsável do que o governante anterior. Parece-me completamente irracional que se jogue 500 milhões de dinheiro público no lixo somente por despeito. O estrago já foi feito, não pioremos a situação! Aproveitemos o que de bom pode ser tirado da Cidade da Música, e que não é pouco!
ResponderExcluirSabe O Grito, a obra-prima de Edvard Munch? Foi meio assim que me senti qdo. vi a Cidade Musica. Algo desproporcional e até meio agressivo ao ambiente. Mas enfim, agora esta aí, e é imperioso que se conclua a obra e a abra ao público. Sou engenheira e sei bem o estrago que a maresia e a exposição ao tempo podem causar. Quanto mais tempo demorar a sua finalização mais prejuízo causará aos cofres públicos, ou melhor, dizendo ao contribuintes.
ResponderExcluirA meu ver a Cidade da Musica seria(é) dispensável ao Rio. Tínhamos e temos é que lutar por uma programação criteriosa e difusa. Exigirmos a manutenção preventiva adequada dos espaços existentes.
Nós cariocas deveríamos nos indignar por permitir que uma cidade como Rio só tenha UM local adequado, o Municipal, para Ópera, Ballet, concerto sinfônicos e afins. E nos envergonhamos mais ainda, por consentir que não se faça nada em relação à programação e a manutenção dos equipamentos já existentes, a exemplo da sala Cecília Meireles pela falta de energia em um concerto...
O governo municipal esta preocupado com a SAÚDE, ou seja, com as UPAS! È isso que dá voto... Esquece que a educação e cultura são as bases para o desenvolvimento pleno do cidadão.
Portanto, o Eduardo ou Jandira não farão nada, se nós não nos engajarmos na busca da democratização das artes.
Um forte abraço,
V. Balthazar