quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

rádio, ponto final e ouvintes



(foto: villa-lobos em entrevista na rádio cbc, do canadá. acervo museu villa-lobos)

comecei a trabalhar em rádio em 1985, quando tinha 18 anos. fui radialista por quase uma década, até criar vivamúsica! e, finalmente, fazer valer o diploma de jornalismo.

estando no ar de segunda a sexta na mec fm do rio de janeiro e às terças e quintas na rede cbn, o rádio segue próximo.

é com certa dor no coração também radialista que tomo ciência da dispensa de colaboradores da cultura fm de são paulo, entre eles o violonista fábio zanon. lá, ele produziu 148 ótimos programas sobre violão brasileiro.

a dispensa de fábio gerou uma grita entre ouvintes e profissionais do meio musical.

a cultura alega corte orçamentário para esta e outras 18 dispensas realizadas desde o final de 2008.

publicamos em vivamúsica! uma reportagem a respeito, ouvindo tanto a rádio como o colaborador dispensado.

o fato me remete a duas ocasiões em que mudanças nos rumos de emissoras de FM colocaram um ponto final em meus então acalentados projetos de programação.

mas o coração radialista dói não por descordar de pontos finais em geral, e sim em solidariedade aos ouvintes.

a camaradagem tácita que se estabelece entre ouvinte e comunicador é das melhores, quiçá a melhor, características do rádio.

ouvintes sentem-se extremamente próximos de seus comunicadores preferidos. mas, ironia etimólogica, quase nunca são ouvidos quanto a mudanças de programação.

2 comentários:

  1. Heloísa,
    Esqueceu que estamos no Brasil ?!
    Esqueceu que todos orgãos e entidades governamentais, são "dirigidos" por políticos ?!
    Cortes e demissões " a olho ", são motivações políticas.

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  2. Marcelo,

    Infelizmente algumas mudanças estão acontecendo na Cultura FM SP, acredito até que em alguns casos, a mudança será boa, pois um arejamento de vez em quando na grade de programação, vai bem, mas claro que esta ter que ter critério.

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